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Mãe de quatro, dos 3 aos 21, criadora de conteúdos digitais, criativa na Gradiva, engenheira doméstica nas horas vagas e leitora compulsiva. Escritora mais em sonhos que na realidade, sonhadora diurna e dorminhoca noturna!

09.10.23

Vale Night - Entrevista a Diana Herzog


Silvia, a Mãe de Quatro

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Já vos falei da peça Vale Night, que é uma excelente desculpa para uma saída com as amigas, tanto pelo conteúdo, pelas atrizes e pelo local, o Samambaia. 

Hoje trago-vos algumas questões que colocamos a uma das atrizes da peça: Diana Herzog, uma

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super mãe, como tantas outras.

A peça Vale Night toca a todo o tipo de mães, pois apesar de todas sermos diferentes, no fundo, ser mãe passa a fazer parte da identidade de todas. Qual é a magia desta comédia, que também tem algum drama?

Eu acho que a magia é um texto com muita honestidade sobre a ambivalência inerente à maternidade. Nós amamos nossos filhos, mas isso não quer dizer que ser mãe é uma maravilha como dizem por aí. A maternidade é linda e também dura, e para muitas mulheres é também uma experiência muito solitária. Então ir ao teatro assistir Vale Night, proporciona uma conexão, um espaço onde mães percebem que não estão sozinhas e que as suas angústias são compartilhadas por outras mulheres. A magia está também na forma, porque apesar de trazer um tema importante e sério, é feito com muita leveza e humor. O público ri, se diverte e sai de alguma maneira transformando, mais empático.

- Também sentiu algumas das dificuldades abordadas na peça, quando foi mãe?

A peça foi escrita pela Renata Mizrahi quando ela e eu estávamos passando por todas essas dificuldades. Fomos mães ao mesmo tempo, nossos filhos têm três meses de diferença e compartilhamos muitas experiências. Nós fazíamos parte de um grupo de mães de whatsapp, onde a maioria não se conhecia, e foi de um primeiro encontro presencial desse grupo que a Renata se inspirou para escrever Vale Night.

Qual é a mãe com que mais se identifica?

Hoje eu já não sou mais mãe de um bebê como era na época em que a peça foi escrita e encenada no Rio de Janeiro. Hoje as questões já mudaram, mas a Renata para escrever a Carla se inspirou também em mim. Apesar de haver muita diferença entre mim e a personagem, há também similaridades. Quem me conhece e assiste a peça, sabe exatamente onde é que sou eu ali na Carla, é engraçado.

Escolheram um espaço muito animado e diferente do habitual. Porque é que todas as mães deveriam tirar uma noite e ir até ao Samambaia ver a peça?

Fizemos quatro temporadas no Rio de Janeiro, sempre dentro de um teatro e sempre falávamos que seria muito bom poder fazer dentro de um bar, porque para quem não sabe, a história da peça acontece dentro de um bar. Quando entrei no Samambaia pela primeira vez e vi o clima do lugar, vi aquele palquinho, pensei na hora que seria incrível fazer a peça ali. E não deu outra, o Samambaia Bar é um espaço especial, que recebe shows de música da mais alta qualidade, e é sempre muito animado, então tem música, boa comida e bebida, o que nós fizemos foi trocar a música por teatro, rs, com uma peça que conta a história de mães que vão para um bar para beber, ouvir música e conversar. Acho que é por isso que tem dado tão certo, o público chega cedo para o happy hour, come, bebe e nos assiste também a beber e conversar, logo ali, bem do lado, como se tivéssemos todos juntos.

“VALE NIGHT”: PEÇA SOB MEDIDA PARA RECÉM-MAMÃS ESTÁ DE VOLTA AO SAMAMBAIA

Às quartas e quintas, Patrícia Candoso, Inês Oneto e Diana Herzog apresentam peça com o tema maternidade - e a vida após a chegada dos filhos 

Fotos: https://mab.to/t/PdV3WlGddF3/eu1

Três recém-mamãs saem do mundo virtual do grupos de maternidade no whatsapp para conhecerem-se numa mesa de bar. E o que é que acontece quando essas mães com vidas, histórias e expectativas distintas, se encontram no mundo real? Este é o mote da comédia agridoce Vale Night, peça escrita por Renata Mizrahi que está de volta ao bar Samambaia, na Graça, onde será encenada todas as quartas e quintas a partir do dia 04 de outubro até o dia 26.

Em cena, estão Patrícia Candoso, Inês Oneto e Diana Herzog, que dão vida, respectivamente, às personagens Virgínia, Carla e Paula. Virgínia é mãe de quatro filhos, casada há 15 anos, mulher prática e objetiva, questiona as regras, manuais, a própria relação e não está disposta a receber críticas veladas. Carla é mãe de um filho, casada, aparentemente feliz, tenta fazer tudo muito certinho, seguindo à risca todas as “regras”, mas na verdade nunca escolheu estar ali. Paula é mãe solo de um filho, fotógrafa e vive no malabarismo para atender às demandas da carreira de autónoma com as de criar um filho sozinha. As histórias das personagens são levadas a cena de maneira leve, sem perder a profundidade ao revelar a pressão que a mulher sofre ao se tornar mãe e a solidão sentida, mas muitas vezes calada e ofuscada nas redes sociais.

Renata Mizrahi é também a supervisora geral da montagem portuguesa, que conta com a encenação de Diana Herzog e a co-encenação de Nina Morena. Vale Night é encenada num "site specific", o Samambaia Bar. O público tem a oportunidade de assistir a uma peça que se passa num bar, sentado numa mesa de bar, onde os espaços entre palco e plateia diminuem e aproximam o público das atrizes. O Samambaia Bar, espaço reconhecido por receber renomados músicos nacionais e internacionais, e que agora também abre as suas portas para o teatro. O público pode chegar antes da peça para um happy hour, jantar e petiscos e/ou também ficar após a apresentação para mais uns copos. Será certamente uma nova experiência para muitos.

É o regresso aos palcos de Patrícia Candoso, depois de ter sido mãe pela segunda vez, numa produção luso-brasileira que não só abraça estas duas culturas como revela a transversalidade da maternidade.

“Dar vida a uma personagem que tem uma personalidade e uma visão sobre as coisas, que a rodeiam tão diferente da minha, mas que ao mesmo tempo partilha os mesmos sonhos e os desafios que a maternidade trouxe... tem sido o maior desafio neste projeto. É tão fácil empatizar com estas três mulheres e nos identificarmos num ou noutro. É isso que torna tão real esta peça”, diz Patrícia Candoso.

O grupo de Whatsapp, que a princípio parece ser o único elo de ligação entre as três, na verdade é apenas o ponto de partida para um grande encontro, pois juntas perceberão que são submetidas às mesmas pressões, cobranças, culpas. “Queremos provocar a reflexão sobre como estão as mães de bebés hoje. Somos bombardeadas de informações, compartilhadas em grupos de Whatsapp, que age como uma ferramenta de apoio, ameniza a solidão, mas não resolve a opressão social sofrida pela mulher assim que ela torna-se mãe”, explica Renata.

‘Vale Night’ é a estreia de Renata Mizrahi em Portugal, autora e diretora reconhecida e premiada no Brasil, e é também um projeto pessoal seu, uma vez que '’que sentiu vontade de voltar a escrever sobre assuntos que fazem parte da sua rotina e círculos de amizade, como ocorreu nas peças ‘Os sapos’ e ‘Galápagos, ambos espetáculos premiados de grande sucesso de público e crítica.

Diana Herzog é atriz, diretora e pesquisadora. Uma das fundadoras do grupo Yonis Magníficas que tem como base de suas pesquisas o feminismo e o teatro documental. Idealizadora de "Nora", primeiro espetáculo do grupo. Escreveu e dirigiu o espetáculo infantil feminista POR QUÊ???, segundo trabalho das Yonis Magníficas. Supervisora geral de "Mãe de Ninguém" , terceiro espetáculo do grupo. Foi assistente e tradutora do diretor Thomas Ostermeier durante uma oficina no Sesc Copacabana, em 2017. Trabalhou como diretora assistente do artista holandês Jörgen Tjon e Patrick Pessoa no espetáculo “Invisível”, que abriu o TEMPO_FESTIVAL de 2016. Como atriz tem o Teatro Tablado como sua casa. No teatro: "Diário de Pilar" (2021) dir. Roberto Bomtempo; "Vale Night" (2019) dir. Renata Mizrahi e Priscila Vidca; Tempo Real (2013-2014), dir. Leandro Romano do grupo TVNI; Os Melhores Anos de Nossas Vidas (2002), dir. Domingos Oliveira. Na TV: seriado Causa Própria, dir. João Nuno Pinto; seriado DoAmor direção Márcia Leite (2013/2014); Os Terminadores (2015), direção Gualter Pupo. Curtas metragens: "All things pink", direção Joana Mamede, Uberpool (2016) curta metragem dir. Daan Gielis. E no videoclipe do Keaton Henson – “Don’t Swim" (2014), direção João Nuno Pinto.

Serviço

Espetáculo “Vale Night”
Temporada: 04 de outubro a 26 de outubro.
Samambaia Bar: Rua da Voz do Operário, 13 - Graça, Lisboa Telefone: 914 312 355
Dias e horários: terças e quartas, às 20h.
Bilhetes: 12€ e 10€ (com desconto)
Venda antecipada pelo teatrovalenight@gmail.com ou por DM Instagram da peça @valenight_teatro
Duração: 55min
Lotação: 50 pessoas Classificação Etária: 12 anos.

No dia 18 de outubro não haverá espetáculo.

SAMAMBAIA BAR
Rua da Voz do Operário, 13, Lisboa . 1100-621
Aberto diariamente a partir das 9h
Telefone: 216 075 810
Instagram: instagram.com/samambaia.bar