25 de abril - hoje e sempre
Vivemos tempos complicados! Em quatro anos, a vida mudou muito. Em 49 anos, a vida mudou muito mais e a memória humana é curta. Não estava nascida no 25 de abril e sei que ainda há quem preferisse que a revolução dos cravos não tivesse acontecido.
Só que um dos pontos positivos de termos deixado de viver em ditadura é precisamente podermos ter opiniões diferentes e ninguém ser preso! Os jovens já não sabem o que se passou e quando a memória se desvanece, abrimos portas à velha guarda.
Não sou partidária! O meu único interesse é que a política sirva a sociedade, ou seja a todos, e não os interesses pessoais de determinadas classes. Quando vejo pedirem uma nova revolução de abril, questiono se precisamos mesmo disso ou precisamos que cada um de nós exerça os seus direitos e deveres, de forma consciente?
As taxas de não votantes crescem quase todas as eleições. A desilusão com a justiça e a política também. Estamos num impasse social e económico, do qual não temos culpa, mas que acaba por ressoar nas nossas finanças e nas nossas vidas.
Não precisamos de uma nova revolução. Precisamos honrar a que aconteceu! Precisamos criar mecanismos de apoio a quem precisa, mas sem estarmos sempre dependentes do estado. Precisamos ter um estado igualitário, com oportunidades para todos, com direito à educação e a uma vida digna. Precisamos que se vote e que quem nos representa honre o seu papel. Precisamos de comunidades coesas, que se entreajudem. Precisamos de respeitar as opiniões uns dos outros, mesmo que sejam opostas às nossas. É na diversidade, que se encontra o equilíbrio.
Para o ano comemoraremos os 50 anos! Que bela idade para uma democracia! Sejamos uma peça fundamental, sem fundamentalismos e com muito respeito.